Em busca do carro do futuro

fevereiro 8, 2008

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Como não viajei no Carnaval, tive tempo de ler algumas coisinhas que eu estava com vontade. Entre elas estão as últimas edições da Veja e Exame, das quais sou assinante há muitos anos.

Nas 2 revistas saíram matérias sobre a busca por carros elétricos eficientes, que poluem muito muito menos que carros movidos a gasolina ou álcool. Eu me interesso bastante pela questão da energia e poluição, e gostei bastante de saber de uma das iniciativas na área.

Um empresário chamado Shai Agassi propôs uma idéia de infra-estrutura de abastecimento para carros elétricos ao presidente de Israel, Shimon Peres. Nesta idéia proposta, os compradores de automóveis teriam um grande desconto para comprar os carros elétricos, e assinariam com a Better Place (empresa de Agassi) um contrato de consumo mensal, semelhante a um plano de telefonia celular. Você paga por uma determinada franquia de uso e adicionalmente pelo consumo excedente. Seriam criados vários postos de abastecimento em Israel, todos dentro deste esquema. O reabastecimento consistiria em trocar uma bateria já sem carga por outra totalmente carregada.

O presidente israelense gostou da idéia, e conversou com o brasileiro Carlos Ghosn, presidente da Renault-Nissan, que topou o desafio de produzir este carro. O modelo proposto seria capaz de rodar 160 km com uma carga de bateria, o que ficaria excelente para as condições de Israel, um país pequeno onde as principais cidades ficam a menos de 150 km entre si.

Para completar o ciclo, um grupo de investidores israelenses gostou do projeto e investirá mais de US$ 200 milhões no desenvolvimento do protótipo deste carro.

Claro que é muito difícil saber se este projeto será ou não um sucesso, mas a Renault-Nissan é uma empresa de altíssima competência técnica, e os investimentos no projeto permitirão estudos aprofundados e adequados para o desenvolvimento deste novo carro. As questões comerciais ainda são também uma incógnita, talvez maior do que a questão técnica. Entretanto, para todos nós seria excepcional que um projeto como esses fosse bem-sucedido, pois teria um impacto gigantesco sobre o consumo de energia e poluição no planeta. Torço demais para que isso dê certo, e que o Carlos Ghosn deixe de ser uma história marcante de sucesso como executivo para se tornar um verdadeiro herói dos tempos atuais.


Economia de energia

dezembro 3, 2007

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Alguns meses atrás, após alguns casos de máquinas apresentando falhas de hardware em minha equipe, e claro, considerando também o fato de que devemos tentar economizar sempre que possível, fiz um pequeno cálculo que demonstra o tamanho do desperdício que representa o fato de os computadores passarem a noite ligados em muitas empresas e também ficarem ligados 24 horas por dia em muitas residências.Consumo médio de um desktop atual com o monitor desligado: 200 W
Período médio diário que as máquinas ficam ligadas sem uso, durante a noite: 12 horas
Considerando uma quantidade de 200 máquinas (número estimado de máquinas do escritório do Cittá America da Globo.com), temos:

  • Consumo diário desnecessário de cada máquina = 200 W * 12 hrs = 2.4 kWh
  • Consumo diário desnecessário de 200 máquinas = 200 * 2.4 kWh = 480 kWh
  • Consumo mensal desnecessário de 200 máquinas = 14400 kWh = 14.4 MWh

Esta energia é MUITO alta para ser desperdiçada. Usando uma analogia mais fácil de visualizar, temos a seguinte situação: uma família média consome por mês 300 kWh de energia em sua residência. Assim, 14.4 MWh são suficientes para fornecer energia para 48 famílias mensalmente! Este desperdício de energia é considerável, sem nem entrar no mérito da despesa financeira que isto acarreta.

É válido lembrar que o uso dos computadores durante 24 horas diárias em vez de 12 horas também contribui para a diminuição da vida útil de alguns componentes das máquinas. Sugiro que sempre que possível tentemos deixar as máquinas desligadas quando as mesmas não estiverem em uso, para pouparmos uma valiosa energia e também zelar pela vida útil dos nossos instrumentos de trabalho.

É fácil criticar o governo por não fazer a sua parte com relação à gestão da energia no Brasil (pois o governo não faz mesmo), mas a iniciativa pessoal conta bastante e é fundamental para o sucesso de qualquer campanha neste sentido.