Atenção, este blog foi migrado para: http://brunopereira.org
Como não viajei no Carnaval, tive tempo de ler algumas coisinhas que eu estava com vontade. Entre elas estão as últimas edições da Veja e Exame, das quais sou assinante há muitos anos.
Nas 2 revistas saíram matérias sobre a busca por carros elétricos eficientes, que poluem muito muito menos que carros movidos a gasolina ou álcool. Eu me interesso bastante pela questão da energia e poluição, e gostei bastante de saber de uma das iniciativas na área.
Um empresário chamado Shai Agassi propôs uma idéia de infra-estrutura de abastecimento para carros elétricos ao presidente de Israel, Shimon Peres. Nesta idéia proposta, os compradores de automóveis teriam um grande desconto para comprar os carros elétricos, e assinariam com a Better Place (empresa de Agassi) um contrato de consumo mensal, semelhante a um plano de telefonia celular. Você paga por uma determinada franquia de uso e adicionalmente pelo consumo excedente. Seriam criados vários postos de abastecimento em Israel, todos dentro deste esquema. O reabastecimento consistiria em trocar uma bateria já sem carga por outra totalmente carregada.
O presidente israelense gostou da idéia, e conversou com o brasileiro Carlos Ghosn, presidente da Renault-Nissan, que topou o desafio de produzir este carro. O modelo proposto seria capaz de rodar 160 km com uma carga de bateria, o que ficaria excelente para as condições de Israel, um país pequeno onde as principais cidades ficam a menos de 150 km entre si.
Para completar o ciclo, um grupo de investidores israelenses gostou do projeto e investirá mais de US$ 200 milhões no desenvolvimento do protótipo deste carro.
Claro que é muito difícil saber se este projeto será ou não um sucesso, mas a Renault-Nissan é uma empresa de altíssima competência técnica, e os investimentos no projeto permitirão estudos aprofundados e adequados para o desenvolvimento deste novo carro. As questões comerciais ainda são também uma incógnita, talvez maior do que a questão técnica. Entretanto, para todos nós seria excepcional que um projeto como esses fosse bem-sucedido, pois teria um impacto gigantesco sobre o consumo de energia e poluição no planeta. Torço demais para que isso dê certo, e que o Carlos Ghosn deixe de ser uma história marcante de sucesso como executivo para se tornar um verdadeiro herói dos tempos atuais.